sexta-feira, 1 de junho de 2018

mancha-me os óculos, a tua pele,
quando de um beijo, e saio de ti
meio embaçado na vista, um'anti
clareza, oposta ao que compele

de volta ao teu rosto, e o gosto
por acordar noutro dia, já tarde,
com o segredo, na tez, exposto
de que, dentro, h'álgo que arde.

a segunda-feira, como atividade
burocrática, erguida tal a cidade
do tédio, é nossa prisão rotineira.

ela, soberba, dá início à semana
e imagina o gênese, mas s'engana
porque tu, e só tu, és a primeira.