Ofélia
das árvores àlgum rio, em ponto
que moveu e foi com a correnteza
teus cabelos, e a tua nobreza
procuraram rédeas d'água, tanto
que, agarrando, as mãos esqueceram
se jogar, e o escuro rosto do pai morto
apagou, também a loucura, procurou porto
no amor efêmero do príncipe, e sofreram
teus olhos, por lágrimas semelhantes
à essas águas, aberta boca, sem amantes
que te devoraram, com'o mundo, com desdém.
e tua morte foi uma luta de entrega
que teu destino órfão, enfim, sossega
mas só ele: nem mais o meu, nem o de ninguém.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
e no vento alguma coisa me disse
meu irmão - mon frère -
há no mundo um outro irmão
da mesma tua fraternidade
que sabe o teu nome, já,
por entre os dentes e os lábios,
e nos teus também o dele
e nada mais há de ser dito entre os dois
mais que os nomes
e o sangue apagado
e vós juntos numa só voz
irão escrever cartas sobre essa coisa
que um dia foi sofrimento
sem qualquer amargo
porque a dor, que um dia então esfria,
nas vossas mãos tentará ser poesia.
meu irmão - mon frère -
há no mundo um outro irmão
da mesma tua fraternidade
que sabe o teu nome, já,
por entre os dentes e os lábios,
e nos teus também o dele
e nada mais há de ser dito entre os dois
mais que os nomes
e o sangue apagado
e vós juntos numa só voz
irão escrever cartas sobre essa coisa
que um dia foi sofrimento
sem qualquer amargo
porque a dor, que um dia então esfria,
nas vossas mãos tentará ser poesia.
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