sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

és-me a tensão no pescoço,
a cólera nos rins que logo
goza-se em fogo. és esboço
da paixão (frio no estômago)

ainda sem medida. és-me
a carne consumida, língua
pela pele, garra que geme
e suspira. minh'alma míngua

pelo teu caminho, tropeço-te
por canto de lábio, ou rente
ouvido, par'arrancar pedaço.

és-me a métrica do vazio,
o peito infinito, escorregadio,
que, ao entrar, eu me desfaço

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