quinta-feira, 14 de abril de 2016

há um único último desejo:
cair nos teus braços

e adiar todo sono,
porque não há pressa
por sonhos quando a
realidade é mais funda
de se sentir na carne
dos teus lábios

e querer, querendo tanto,
o teu silêncio, e um canto
de noite que se sustente
frágil com'uma linha ínfima
que quase s'arrebenta
e se evapora -- mas não.

e nós duramos, cada vez
mais concretos contra toda
construção, e toda rotina
e todo progresso e toda
repentina catástrofe que
o mundo nos cometa

e entranhamos quietos
nossas superfícies, suamos
e nos cobrimos do frio,
e encerramos o mundo

que não foi convidado

para cair nos teus braços