não serei calmo neste dia
que amanheço. sinto nas
entranhas a tormenta que
virará os barcos, a espuma
que tratá o pó das almas
às areias, e rebentará as
vozes perdidas às rochas
como se estas sangrassem.
hoje recuso-me, sou-me só
punhos pelas águas, e não
há quem me governe no
firmamento - subirei maré
aos céus e, dele, também
tomarei conta, mas serei
rei nunca, monarca nada;
meu sal será ferrugem das
máquinas, minhas ondas
túmulo de antig'amantes;
até sereias farão quietas
e, se algum desafiar-me
a fúria, só o mais bravio
almirante, ou pirata mais
rei, flutuará.
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