o passado guardamos
na geladeira
como comida velha,
um pote de plástico
com as palavras
que não aguentamos mais comer.
o passado fazemos
questão que azede lentamente
como o leite.
sentimentalmente, fingimos
que se o requentarmos voltará
a ser o agora,
o momento quente e vivo
e saído do fogo
que não passará outra vez.
o passado guardamos
com a esperança
de que dessa vez não mofe.
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