soneto da pressa
o vento retalhou mar calmo
em onda lambida de som oceano
e a cólera que fez esse ano
coube encentrada num palmo
virou cansaço, o era escárnio
profundo como o sono da puta
embebedada dessa vida enxuta
chorando o choro do canário
e a dor que era pensamento
no centro de um labirinto
ganhou asas
voou pelas paredes, além gaiola
improvável pelo céu, pela pistola
e pelas casas
Nenhum comentário:
Postar um comentário