sábado, 9 de novembro de 2024

 na tua pele escreve-se
o langor da tua pele
- a noite escura adormecida
com a cabeça no teu peito -

teus lábios partidos,
dois mares de sangue, que
marulham - a sinfonia solitária
do teu hálito azedo -

não há em toda criação
criatura mais imperturbável
que o ressoar do teu silêncio
- nem o tambor no meu coração
pode arranhá-lo entre os lençóis -

existem imagens igualmente
perfeitas na fumaça de um cigarro
mas duram um só instante, não mais,
enquanto tu não.

tu duras
uma noite inteira.

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