segunda-feira, 1 de novembro de 2010

interrogado sob a mira de uma arma

tenho respostas para todas as perguntas
sem resposta
que ninguém faz.

sei descrever o gosto do amor
igual em cada boca;
sei explicar a costura da alma
à alma outra;
sei os motivos e as razões
dos loucos
e dar voz a suas loucuras.

as perguntas não procuram respostas
toda resposta em busca de sentido
está perdida.
as coisas só existem quando são.
e não cabem mais as respostas
no que nós somos.

o passarinho se rende
à gaiola
e mesmo assim canta
e mesmo assim vive
porque (essa é uma resposta)
ele sempre vai poder fazer
todas as coisas de passarinho
que quem não é passarinho não pode.

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